domingo, 24 de fevereiro de 2008

Gerenciamento de Projetos

No início deste mês fui incumbido de garantir a entrega de um projeto a um cliente. O cliente, uma grande empresa de implementos agrícolas e sementes, comprou uma solução de comércio eletrônico, esta solução foi vendida por uma consultoria parceira nossa, que por sua vez sub-contratou uma outra empresa de consultoria que possuía melhor conhecimento da ferramenta para executar o projeto, o cliente por sua vez escolheu uma terceira consultoria para desenvolver a integração com o ERP. Meu envolvimento neste mês ocorreu porque o prazo de 3 meses para o aceite do cliente tinha estourado e não havia o menor sinal de que o projeto geraria o “entregável“ prometido para o cliente e tampouco a qual tempo isso aconteceria.
É quase um estudo de caso, eu pensei, pois estou lendo um livro sobre Gerenciamento de Projetos, em que os autores Paul Campbell Dinsmore e Fernando Henrique da Silveira Neto, trabalham com um caso para ilustrar as ferramentas de Gerencia de Projeto. Alias, recomendo a leitura, neste Natal ganhei um voucher da minha prima Aleksandra e fui até a FNAC para resgatá-lo, lá sobre dezenas de opções encontrei esta obra que após folhear comprei e hoje, após lê-lo, acredito que tenha uma excelente relação custo-benefício.
Voltando ao Case, me envolvi em uma 3ª.feira com apoio do Gerente Comercial da empresa que vendeu a solução, com o apoio do Diretor Comercial da empresa que foi Sub-contratada, além claro do usuário de TI e o Gerente de Serviços da empresa encarregada da Interface. Dois dias após a primeira reunião dois dos cinco “entregáveis” tinham sido gerados e no 3º. dia todos “entregáveis” estavam disponíveis para validação e aceite do cliente. Como o cronograma inicial estava atrasado esta validação e aceite do cliente ficou para semana seguinte, enquanto isso eu tentei entender o problema.
Não seio quanto precisarei detalhar aqui, mas resumindo o ocorrido: A, vendeu para B, A sub-contratou C para executar, B contratou D para desenvolver a Interface do sistema que A vendeu e B iria implementar. A nunca nomeou um Gerente de Projeto, B nomeou D para esta responsabilidade e C apenas alocou conhecimento em forma de homem-hora. Após um mês de trabalho de parametrização e desenvolvimento de tabelas no ERP, o primeiro “milestone” importante era a geração da massa de dados pela Interface, veio o primeiro erro na Interface e isso transformou-se em uma salada. A comprometeu-se a nomear um Gerente de Projeto, B envolveu um usuário para acompanhar o Status diário, C enviou à todos a documentação sobre o layout da ferramenta, facilitando trabalho da Interface e D focou-se apenas em desenvolver a Interface e não mais controlar as atividades dos demais.
Encerro a explanação do caso para ir ao ponto da minha reflexão, Empresas de Serviços Profissionais precisam ter mais recursos com habilidades de Gerência de Projeto, senão todos os recursos. Estas habilidades não são Técnicas – erro muito comum hoje em dia, eu vejo que as principais qualidades de um Gerente de Projeto devem ser:
- Senso de Urgência – Diligente (No Direito se você não for diligente não importa o quanto você tenha seguido a lei, ou quanto o outro lado não tenha seguido a lei, igualmente se o Gerente de Projeto não for diligente, não adiantará muito ele dizer que fez tudo e que a culpa é de “Fulano” e “Ciclano”, não trata-se de encontrar culpa por falhar, trata-se de não falhar).
- Orientação à “Customer Service”
- Senso de “Accountability”
É muito comum falar-se que todos somos vendedores, pois exatamente como a habilidade de Vendedor é necessário que todos os recursos tenham a habilidade de Gerente de Projeto, como os vendedores, o futuro é mais importante do que o passado, Projeto entregue deveria ser obrigação, assim como fechar a Cota de Vendas.
Só para constar o cliente marcou semana passada a validação e aceite e, para nossa sorte tudo foi bem, ou quase tudo, o novo Gerente de Projeto, nomeado por A não apareceu neste dia e não deu satisfações, com mais duas Fichas de Fliperama que me pagassem eu teria assumido esta responsabilidade.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Eu não tenho Orkut

Talvez os temas de discussões sobre o Google e suas ferramentas estão mais relacionados a comportamento, cultura e sociedade do que com tecnologia.
Em muitos almoços e jantares com meus amigos e parentes discutimos se o Orkut, Google Earth, etc. invadem a privacidade, se o escritório local deve ou não entregar informações solicitadas pelo Ministério Público, mas não discutimos sobre tecnologia, com exceção ao Google Docs, unânime por aqui. Não sei muito sobre tecnologia, mas não sou muito confiante nas tecnologias Google fora o Search e Hosting (Este Blog mesmo esta hospedado no Blogger Google), talvez pela característica de oferecer estes serviços/ferramentas de forma gratuita, a tecnologia não seja mesmo o mais relevante.
Por outro lado devo dizer que temos a obrigação de entender as mudanças que o mundo passa e que todos nós sempre mencionamos, estas mudanças não são exclusivas dos discursos no trabalho ou do livro novo que você leu ou irá ler. Estas mudanças são para tudo, e não se trata apenas de termos todos telefones celulares, ou do fato que há 12 anos não existia computadores pessoais para vender em Supermercados (se bem me lembro o Supermercado Eldorado Campinas, vendia até Motocicletas), tampouco estou falando da Web 2.0. Refiro-me aqui ao entendimento que a invasão feita pela Web não é diferente da invasão feita pelo rádio há Cem anos, imagine naquela época veicular uma mensagem contra um governo ou a invasão há Cinqüenta anos que causou a Televisão, imagine uma emissora denunciando um político e sua amante, a Web é apenas mais uma plataforma para estes mesmos exemplos acima, diferente apenas por ser outra mídia, alias multimídia, mais plural, mais abrangente, mais democrático e portanto suscetível de mais erros, menos regulamentação e portanto haverá mais abusos.
Mas com o que poderíamos estar preocupados? Calúnia? Veiculações de fotos indesejadas? Propaganda racista? Pedofilia? Mas isso tudo surgiu agora? Sem a Web isso esta resolvido? Acho que nem minimizado estará, não consigo imaginar que o comportamento inadequado do indivíduo seja realmente influenciado nesta maneira, seguramente haverá estudos tentando entender isso, mas realmente a característica viral da Web pode dar a percepção de que algo esta errado na Web, mas acho que somos nós que ainda não entendemos da mesma maneira que não se entendeu o Rádio e a TV.

SUN e MySQL

É muito animador ver a SUN adquirir a MySql, é revigorante por diversas razões, a maior delas é que a SUN pode dar ao MySql o suporte necessário para que este SGBD se torne comercial no nível Corporativo. Para a própria SUN me parece um passo importante para o portfólio, isso porque apesar da febre Java e da adoção massiva desta plataforma, não vemos o crescimento da SUN ou do seu stack tecnológico em Software principalmente, e quero deixar claro aqui que não acredito que isso se deva ao fato da SUN apoiar o Software Livre, claro que isso significa menos receita, ou ausência dela, mas estou falando da presença de versões SUN nos clientes, com suporte contratado ou com parceiros SUN vendendo.
A SUN que enfrenta uma longa fase de mudanças, e que, diga-se de passagem, ainda que esta fase pareça durar de mais, tanto a receita bruta como os lucros vêm crescendo nos últimos quatro anos, percebeu já há algum tempo que a plataforma Intel era um caminho inevitável. Alias para esta iniciativa me parece que uma mudança importantíssima precisa ser feita no modelo de negócios para Hardware, o que representa exatamente a plataforma Intel em maquinas SUN? Quais mercados, quais integradores e fornecedores? Talvez plantas fabris em todos os continentes. Uma mudança eu consigo vislumbrar, Distribuição, o modelo de canais na plataforma Intel é indispensável, e hoje, sendo realista a SUN é uma empresa de vendas diretas, Alianças tem um trabalho enorme na companhia e pelos que conheço dentro da SUN, trabalham demais, mas se o trabalho é grande, os negócios indiretos estão com poucos players de sempre Oracle, SAP, IBM, Telecom ISV´s, e no caso da ofensiva Intel estamos falando de canais, algo mais abrangente. Aqui no Brasil a experiência é animadora, mas concentra-se em dois canais, não é necessário muito para mover-se adiante nisso, um bom programa de canais com regras claras com um bom distribuidor que tenha agilidade e flexibilidade, nos mais duas fichas de fliperama adicionais colocaria entre 200 a 100 canais no Brasil empurrando a SUN e logo, com este stack tecnológico isso fortaleceria a estratégia para Software também.
É torcer para que outras aquisições, todas em Software, especialmente em “Enterprise Search”, “Mobile” e Integração, possam ocorrer, afinal a SUN com a Dell são referencias para mim e importantes para o equilíbrio entre competitividade e diversidade entre Oracle, MSFT, HP e IBM.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Super Terça

Sobre as eleições Americanas, tanto faz, poucas coisas me interessam neste tema, mas devo reconhecer que o reflexo de uma eleição presidencial na maior economia do mundo sobre o resto do mundo é grande. Tenho de dizer que se não vejo diferenças entre Democratas e Republicanos, entre os candidatos individualmente isso é diferente, a biografia do John McCain é realmente há se respeitar, entre os Democratas, as opções parecem melhores. Vi uma seqüência de fotos em que Barak Obama vira o rosto a Hillary Clinton no momento em que esta cumprimenta um outro colega Senador que estava ao lado de Obama, curiosa a cena, mas posso pensar em muitas coisas desta ação, se é que ela foi intencional, posso assumir que ele é imaturo e ingênuo, ou posso assumir que ele tem uma integridade que não o permite sorrir a quem não lhe agrada. Mas no final, sem intenção de pensar muito nisto, apenas me interessa ver se Barak Obama chegará tão longe, principalmente por ser negro, se não posso dizer que ele é meu preferido, com certeza conta com minha simpatia, só não ponho mais fé em Barak Obama, por ele parecer uma virtual mentira já no começo, e explico, veja que ele baseia sua capacidade eleitoral no discurso do “novo”, eu entendo que a conotação ai é mudança, mas no final qualquer que seja o presidente eleito, Mulher, Negro, Democrata ou Republicano, duvido que algo mude de verdade, política protecionista no plano agro-economico, Intervencionista, Militarista, e o Oriente Médio e a América do Sul? Enfim, não consegui ver nada disso nos discursos de Obama que li pela Internet, alias ao contrário em temas claramente eleitorais como Imigração ou Oriente Médio me parece que ele absolutamente não mudará nada, daí meu ceticismo, do que afinal se trata esta mudança de Obama? Tenho uma sensação que isso é apenas eleitoral. Aliás, mudança de verdade neste caso seria Hillary com a proposta de algum ajuste nas coberturas dos planos de saúde e na cobertura da assistência médica universal e gratuita, esta mudança tem para nós brasileiros o valor de duas fichas de fliperama, mas eu que morei por um ano na Flórida sei o impacto disto político, econômico e social nos EEUU, alias é pelo tempo que vivi lá que vem minha simpatia por Barak Obama, seria muito interessante vê-lo Presidente.