sábado, 28 de janeiro de 2012

O Mercado de Aplicações

A Oracle construiu um portfólio e um offering surpreendente em termos de Aplicações de Negócios e Gestão nos últimos 8 anos. Porem após alguns bons resultados nos anos de 2008 e 2009 a Oracle vem perdendo as batalhas contra a SAP. A SAP por seu lado com aquisições mais especificas, vem aumentando seu portfólio de maneira focada e consciente. O outro lado da moeda é a valorização das empresas em mercado. Enquanto a Oracle nos últimos 5 anos cresceu seu valor de mercado de U$17 por ação em Janeiro de 2007 para U$28 por ação em Janeiro de 2012, a SAP valorizou somente a metade disso percentual mente (U$47 em Janeiro de 2007 para U$60 em Janeiro de 2012), no mesmo período a Oracle cumpriu Trimestre sobre Trimestre suas projeções de resultados, o que não aconteceu com a SAP. A capacidade de execução da Oracle não se repete na linha de aplicações ainda que a empresa esteja em crescimento forte. Para os próximos anos a “Guerra” vai continuar, sem nenhum visível competidor emergindo (aqui estou desconsiderando a SalesForce.com), as soluções de Business Intelligence e Analytics junto com os Appliances serão as armas das duas empresas nos próximos anos (Ainda que o Exastack e o HANA sejam muito diferentes e que a oferta de “Planning” seja também muito diferente das ofertas de componentes Analytics). Nestes campos as estrategias e as iniciativas de mercado alem das ações de integrações tecnológicas da SAP estão dando resultados rápidos. Lembrando que a força da Oracle nestes 8 anos tem sido a capacidade de aquisições, a capilaridade para o Upselling e Cross-selling e a forte cultura de resultados com crescimento consistente de receitas, porem esta verdade é criada a partir das margens e resultados de vendas de ferramentas de tecnologia e não das Aplicações. E é ai que a SAP esta apostando seu crescimento, se por um lado eles continuam ganhado terrenos em Aplicações e ganhado as batalhas contra a Oracle, o crescimento futuro esta baseado em ferramentas e não Aplicações. A SAP que por algum tempo parecia para mim a deriva no curso dos acontecimentos realmente retomou o timão e colocou a empresa em curso claro e consistente. Para Oracle, eu acredito, o caminho seria um posicionamento semelhante ao da IBM, ou seja, cobrir sua imensa base de clientes com força de vendas coordenada por especialidades, de maneira a saturar os clientes com seu Stack tecnológico, além de um segundo movimento que eu creio seja o mais importante, primeiro porque ele vai suportar a estrategia junto aos clientes para adoção do Stack, segundo porque permitiria o efetivo posicionamento da Oracle como provedor de Aplicações de Gestão e Negócios. Este movimento seria, adquirir uma Consultoria de classe mundial (no passado já se cogitou a CSC) e assim suportar o conceito básico de Aplicações de Negócios e Gestão, qual seja – Integração de Sistemas e Suporte ao negocio do cliente. Hoje com o modelo da consultoria Oracle isso não é possível além de somente realizar Assesments e serviços sobre ferramentas Oracle, como “P&L”, a consultoria Oracle não gera suporte ao Upselling de Licenças (seja porque competem claramente no Budget do cliente, seja porque a integração com a força de vendas de licenças não existe) nem geram Revenue e margem de contribuição que alavanquem uma expansão desta operação de maneira independente, uma expansão hoje representaria apenas mais Headcount e não agregaria nenhuma das capacidades necessárias. Além disso não provem ao cliente o suporte as necessidades de integração e negocio (De novo, seja porque só alcançam as tecnologias Oracle ou porque não se envolvem no Suporte ao Negocio do cliente). Este ano terei a honra de pela primeira vez em um mesmo ano comparecer aos dois eventos Globais destes players (Sapphire e Oracle Open World, anteriormente já estive no OOW), vamos ver como esta “guerra” seguirá.

domingo, 24 de abril de 2011

12 meses X 40 dias

Nesta quaresma minha proposição foi:

Não comer carne, exceto peixe
Não beber alcoolicos, exceto vinho
Não comprar bens de uso pessoal, exceto para higiene

No inicio achei que seria fácil e até pensei em adicionar alguma proposição, mas os dias mostraram que eu estava errado, e pior, mostrou como sou fraco. Se bem que não sei se isso foi pior, isso gera auto-conhecimento e nos coloca em perspectiva das pessoas que possuem algum vicio e pensam que podem parar a qualquer momento .... no final mantive minha proposição, me senti mais forte ao final, forte porque agora entendo o quanto sou fraco, porque entendi como o simples desejo momentaneo e o caminho mais curto se apresentam todo o tempo a nossa frente e como é difícil nega-los.

domingo, 18 de julho de 2010

Saudade do Pai

Hoje iluminado pela lembrança de meu Pai sinto que estou no caminho certo, seguirei firme e tentarei fazer como São Paulo que guardou a fé na caminhada.
Mas, neste caminho meus passos são lentos porque a minha fé é pouca.

domingo, 12 de abril de 2009

Classe Média e o Brasil

No supermercado este final de semana, presenciei duas famílias classe média discutindo sobre a aprovação do Lula como presidente e não conseguem entender como ele chegou a 80% de aprovação, a conclusão deles, em pleno sábado na fila do açougue, esperando para comprar carne para o churrasco é que no Brasil tem muita gente ignorante e analfabeta. Esta é a cara do Brasil, classe média medíocre, elite corrupta sustentada pela “coisa pública” que acreditam que o problema é criado pelos pobres que votam.
Eu entendo que o PT seja uma decepção, mas o PT não personaliza o mal, na verdade ele deve ser condenado por ser exatamente igual ao resto dos partidos políticos: PMDB, PTB, PSDB, DEM, etc, alias a correção fica por conta dos partidos de esquerda PSOL, PSTU e PCO que merecem analise a parte, mas darei minha opinião sobre isso outro dia. A diferença entre o PT e os demais partidos liberais ou de centro e mesmo de direita no Brasil é muito simples, os demais partidos são legendas que representam os interesses de elites políticas longamente estabelecidas nos municípios, estados e no plano federal. São capitanias hereditárias do processo de democratização do fim dos anos 80. Não existe elemento novo nestes partidos, são sempre filhos e afilhados daqueles que reinaram antes. Já o PT trouxe para cena política, participantes de fora deste circulo, não considerados elite. Sabemos agora que mesmo sendo de fora, os representantes do PT são exatamente iguais aos representantes dos partidos citados acima, mas nossa classe média se incomoda muito com o fato de ser PT, eu acho estranho se incomodarem com isso e não se incomodarem tanto com a situação estabelecida pelos demais partidos nos últimos 20 anos.
Mas eu queria falar era da classe média e média alta, e não de política partidária. Assim como o futebol, a classe média brasileira é a foto do Brasil. São medíocres. Sempre escuto destas bocas que o problema do país é a educação e daí mencionam escolas como base da educação, imaginado que eles são mais educados por terem nível médio ou talvez nível superior, mas esquecem o horripilante cenário educacional que eles suportam e apóiam – a universidade publica, que admitem apenas os seus filhos. Esquecem também que quem educa é a família e abandonam seus filhos aos cuidados de escolas particulares para que eduquem seus filhos, e quando os filhos voltam a casa aprendem todo tipo de desrespeito ao estado de direito e a sociedade (som alto após as 10hs, lavar carro na calçada, portões que invadem o passeio público, a maneira como se comportam no trânsito, ou nas praias, etc.).
São medíocres e nojentos, a cultura da classe média esta baseada em novelas da Globo, feriados nacionais, literatura de auto ajuda, perfil no Orkut, Shopping-centers, futebol, e na auto proclamada simpatia do Brasileiro que na verdade trata-se de uma informalidade limítrofe a grosseira.
No almoço de domingo no Rascal da Alameda Santos você pode ver o total desrespeito com as leis de transito e civilidade (escolhi o restaurante aleatoriamente, porque sou testemunha, mas isso repete-se em todos os restaurantes na zona sul), pela noite meu vizinho do apartamento de cima um psicólogo, resolve praticar contra-baixo até uma hora da manhã, quando então o filho dele com vite e poucos anos, chega, sabe-se de onde e começa a cantar no volume mil!

sábado, 28 de março de 2009

Próximo Presidente

Proximo Presidente.
Ainda é cedo para falar sobre a próxima eleição presidencial mas eu sinto que o PSDB esta muito próximo de “fechar” com o Serra. Existe claro o tramite com o Aecio que deve ser cumprido e afora algum acidente Serra será confirmado.
Eu em principio gostaria de ver a Dilma concorrer pelo PT, mas a verdade é que o PT virou um PMDB mais a esquerda ideologicamente e digo mais, quase no mesmo nível de pragmatismo. Já não sei em qual é o PT que estou votando quando eu voto só na legenda, aliás algo que não faço desde de que votei no Toninho nas eleições municiais de Campinas.
O que me parece muito claro é que qualquer que seja a composição para a Dilma concorrer teremos mais do mesmo que temos tido pelos últimos 6 anos, porém sem a estrela de Lula. Isso me faz pensar seriamente em qual seria uma boa opção.
Já digo aqui algumas que certamente não são:
- Aécio pelo PSDB
- Ciro Gomes, qualquer partido
- Tarso Genro ou Patrus Ananias pelo PT
- Qualquer ser que se candidate pelo PMDB
- Qualquer ser que se candidate pelo PTB
- Qualquer ser que se candidate pelo DEM
A fronteira ideológica me coloca frente ao PSOL – o PT de outros tempos e a exemplar figura da Heloísa Helena. Mas acho difícil que se construa algo real, e efetivo.
Por isso fico pensando no que seria um governo Serra. Ele não é democrático. Veja seu comportamento nos eventos das ultimas eleições: Ao ser derrotado na indicação presidencial ele claramente boicotou o candidato Geraldo Alckim (pensando bem até que isso foi bom), mas repetiu isso nas eleições municipais de maneira assustadora. Conta ao seu favor sua capacidade de cooptar o traído Geraldo Alckim para suas fileiras – linha de frente diga-se de passagem. A postura na negociação com a Policia civil também mostrou que ele esta pouco acostumado com o dialogo e negociação sob condições criticas, e isso preocupa.
Vamos aguardar e ver os próximos capítulos – dirigidos pelo PMDB.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Gerenciamento de Projetos

No início deste mês fui incumbido de garantir a entrega de um projeto a um cliente. O cliente, uma grande empresa de implementos agrícolas e sementes, comprou uma solução de comércio eletrônico, esta solução foi vendida por uma consultoria parceira nossa, que por sua vez sub-contratou uma outra empresa de consultoria que possuía melhor conhecimento da ferramenta para executar o projeto, o cliente por sua vez escolheu uma terceira consultoria para desenvolver a integração com o ERP. Meu envolvimento neste mês ocorreu porque o prazo de 3 meses para o aceite do cliente tinha estourado e não havia o menor sinal de que o projeto geraria o “entregável“ prometido para o cliente e tampouco a qual tempo isso aconteceria.
É quase um estudo de caso, eu pensei, pois estou lendo um livro sobre Gerenciamento de Projetos, em que os autores Paul Campbell Dinsmore e Fernando Henrique da Silveira Neto, trabalham com um caso para ilustrar as ferramentas de Gerencia de Projeto. Alias, recomendo a leitura, neste Natal ganhei um voucher da minha prima Aleksandra e fui até a FNAC para resgatá-lo, lá sobre dezenas de opções encontrei esta obra que após folhear comprei e hoje, após lê-lo, acredito que tenha uma excelente relação custo-benefício.
Voltando ao Case, me envolvi em uma 3ª.feira com apoio do Gerente Comercial da empresa que vendeu a solução, com o apoio do Diretor Comercial da empresa que foi Sub-contratada, além claro do usuário de TI e o Gerente de Serviços da empresa encarregada da Interface. Dois dias após a primeira reunião dois dos cinco “entregáveis” tinham sido gerados e no 3º. dia todos “entregáveis” estavam disponíveis para validação e aceite do cliente. Como o cronograma inicial estava atrasado esta validação e aceite do cliente ficou para semana seguinte, enquanto isso eu tentei entender o problema.
Não seio quanto precisarei detalhar aqui, mas resumindo o ocorrido: A, vendeu para B, A sub-contratou C para executar, B contratou D para desenvolver a Interface do sistema que A vendeu e B iria implementar. A nunca nomeou um Gerente de Projeto, B nomeou D para esta responsabilidade e C apenas alocou conhecimento em forma de homem-hora. Após um mês de trabalho de parametrização e desenvolvimento de tabelas no ERP, o primeiro “milestone” importante era a geração da massa de dados pela Interface, veio o primeiro erro na Interface e isso transformou-se em uma salada. A comprometeu-se a nomear um Gerente de Projeto, B envolveu um usuário para acompanhar o Status diário, C enviou à todos a documentação sobre o layout da ferramenta, facilitando trabalho da Interface e D focou-se apenas em desenvolver a Interface e não mais controlar as atividades dos demais.
Encerro a explanação do caso para ir ao ponto da minha reflexão, Empresas de Serviços Profissionais precisam ter mais recursos com habilidades de Gerência de Projeto, senão todos os recursos. Estas habilidades não são Técnicas – erro muito comum hoje em dia, eu vejo que as principais qualidades de um Gerente de Projeto devem ser:
- Senso de Urgência – Diligente (No Direito se você não for diligente não importa o quanto você tenha seguido a lei, ou quanto o outro lado não tenha seguido a lei, igualmente se o Gerente de Projeto não for diligente, não adiantará muito ele dizer que fez tudo e que a culpa é de “Fulano” e “Ciclano”, não trata-se de encontrar culpa por falhar, trata-se de não falhar).
- Orientação à “Customer Service”
- Senso de “Accountability”
É muito comum falar-se que todos somos vendedores, pois exatamente como a habilidade de Vendedor é necessário que todos os recursos tenham a habilidade de Gerente de Projeto, como os vendedores, o futuro é mais importante do que o passado, Projeto entregue deveria ser obrigação, assim como fechar a Cota de Vendas.
Só para constar o cliente marcou semana passada a validação e aceite e, para nossa sorte tudo foi bem, ou quase tudo, o novo Gerente de Projeto, nomeado por A não apareceu neste dia e não deu satisfações, com mais duas Fichas de Fliperama que me pagassem eu teria assumido esta responsabilidade.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Eu não tenho Orkut

Talvez os temas de discussões sobre o Google e suas ferramentas estão mais relacionados a comportamento, cultura e sociedade do que com tecnologia.
Em muitos almoços e jantares com meus amigos e parentes discutimos se o Orkut, Google Earth, etc. invadem a privacidade, se o escritório local deve ou não entregar informações solicitadas pelo Ministério Público, mas não discutimos sobre tecnologia, com exceção ao Google Docs, unânime por aqui. Não sei muito sobre tecnologia, mas não sou muito confiante nas tecnologias Google fora o Search e Hosting (Este Blog mesmo esta hospedado no Blogger Google), talvez pela característica de oferecer estes serviços/ferramentas de forma gratuita, a tecnologia não seja mesmo o mais relevante.
Por outro lado devo dizer que temos a obrigação de entender as mudanças que o mundo passa e que todos nós sempre mencionamos, estas mudanças não são exclusivas dos discursos no trabalho ou do livro novo que você leu ou irá ler. Estas mudanças são para tudo, e não se trata apenas de termos todos telefones celulares, ou do fato que há 12 anos não existia computadores pessoais para vender em Supermercados (se bem me lembro o Supermercado Eldorado Campinas, vendia até Motocicletas), tampouco estou falando da Web 2.0. Refiro-me aqui ao entendimento que a invasão feita pela Web não é diferente da invasão feita pelo rádio há Cem anos, imagine naquela época veicular uma mensagem contra um governo ou a invasão há Cinqüenta anos que causou a Televisão, imagine uma emissora denunciando um político e sua amante, a Web é apenas mais uma plataforma para estes mesmos exemplos acima, diferente apenas por ser outra mídia, alias multimídia, mais plural, mais abrangente, mais democrático e portanto suscetível de mais erros, menos regulamentação e portanto haverá mais abusos.
Mas com o que poderíamos estar preocupados? Calúnia? Veiculações de fotos indesejadas? Propaganda racista? Pedofilia? Mas isso tudo surgiu agora? Sem a Web isso esta resolvido? Acho que nem minimizado estará, não consigo imaginar que o comportamento inadequado do indivíduo seja realmente influenciado nesta maneira, seguramente haverá estudos tentando entender isso, mas realmente a característica viral da Web pode dar a percepção de que algo esta errado na Web, mas acho que somos nós que ainda não entendemos da mesma maneira que não se entendeu o Rádio e a TV.